Jenário de Fátima
Pelo negroso desta noite feita.
Chega uma horrenda figura de fera.
Vida de antiquíssima, de remota era
Que de tocaia, me espiona, espreita...
Enquanto a foice ela, calma, ajeita
Ao seu redor um brilho reverbera
Sinto-a somente apenas na espera
Pelo momento em que serei colheita...
Mas eu, embora em visivel pranto
Ainda rezo em prece e nesta hora
Na voz do vento eu ouço leve canto.
A fera se assunta, grunhe, e vai embora
E eu adormeço ao embalo do acalanto
Na voz pausada de Nossa Senhora...
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