No amor às vezes nós mentimos tanto,
Que nos tornamos parte da mentira.
E neste engodo a mente ri, delira,
Acreditando em tudo sem espanto.
Assim como se houvesse algum quebranto,
O falso rodopia, bate e gira
Até que por cansaço ou por encanto,
Uns ares de verdade ele adquira.
Mas num amor assim vive-se o medo,
O medo que se descubra a verdade
E todo encantamento acabe cedo.
Quando acontece resta a constatação.
Do quanto é cruel a realidade;
- Se no amor cabe mentira...na dor, não!
Jenário de Fatima