7 de dezembro de 2009


ABRIGO
Jenário de Fátima



Está chovendo por dias a fio...
A água toma as praças, ruas e quintais.
Na tepidez de um caixote vazio,
Tremelicando eu vejo alguns pardais.

A cena é terna, comovente e rio,
Quando um deles se afasta dos demais
Alçar vôo tenta, mas penso que o frio
Congelou-lhes as asas... E ele volta atrás.

Quantos de nós, humanos nesta hora
Que a fria solidão a alma devora
Estarão na busca de um refúgio amigo?

E feito os pardais, da cena eternecente,
Se resignariam, pura e simplesmente
Se houvesse um abraço pra servir de abrigo.

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