VENENO
Jenário de Fátima
Se alguém lhe fala mal de outra pessoa
E fala assim, despudoradamente,
A mesma voz que agora a ti ecoa,
Falara também de ti, futuramente.
A palavra que corta, que atordoa,
Como um punhal que, impiedosamente,
Vai dissecando, por motivo a toa,
A carne de uma vítima inocente,
Talvez seja o maior mal da humanidade...
A coisa mais baixa que alguém recorre
Pra ferir outro alguém com crueldade.
Mas a vida por vezes vem puni-la.
Às vezes ela agoniza e até morre,
Pelo mesmo veneno que destila.
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