FUGA
Estamos sempre ajuntando pedaços,
Jenário de Fátima
Estamos sempre ajuntando pedaços,
De quando arrebentamos nossa cara.
E se uma ferida cicatriza e sara
Desaparecendo até de nossos traços
A insistência que nos leva os passos,
Com queda nova, logo se depara.
E novamente a alma vem e separa
Nossos caquinhos e os amarra em laços.
E nestes laços sempre, sempre deixa,
Um suspiro, uma súplica, uma queixa
E a face marcada de profunda ruga.
Mas deixa mais... Deixa um intenso frio.
Deixa um grande , um enorme vazio
De um belo sonho que partiu em fuga.
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