25 de agosto de 2010

ENLEIO
No amor às vezes nós mentimos tanto,
Que nos tornamos parte da mentira.
E neste engodo a mente ri, delira,
Acreditando em tudo sem espanto.

Assim como se houvesse algum quebranto,
O falso rodopia, bate e gira
Até que por cansaço ou por encanto,
Uns ares de verdade ele adquira.

Mas num amor assim vive-se o medo,
O medo que se descubra a verdade
E todo encantamento acabe cedo.

Quando acontece resta a constatação.
Do quanto é cruel a realidade;
- Se no amor cabe mentira...na dor, não!
Jenário de Fatima
TOLICES

Pra quê esta coisa de inventar,criar paixões?
Contar amores até perto dos cem.
Das fantasias ir bem mais alem
o que reza o bom senso e as tradições?

Pra quê estas tais opiniões?
Dizer pra todos que tá tudo bem
Que de nós dois o que ainda se tem
São velhos livros...cds...alguns cartões...

Pra quê este riso sempre tão aberto
Se já nem sei mais quem é que tá por perto
Nem mesmo sei com quem ando...enturmo?

Pra quê isso tudo, se tudo é vazio
Se nos meus sonhos, em meu quarto frio
É tão somente com você que durmo?
Jenario de Fatima